CONTEXTO
Qual é o contexto atual da CBMC?
A Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) é um movimento que reúne organizações não governamentais, movimentos sociais, populações tradicionais e originárias, governos locais, a comunidade científica e o setor privado. Seu objetivo é promover a organização da sociedade brasileira no enfrentamento da crise climática, alinhada com os objetivos do Acordo de Paris e da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil. Desde sua primeira edição, é idealizada e coordenada pelo Instituto Ethos com a participação de um diverso grupo de correalizadores públicos e privados.
A estrutura e condução metodológica da CBMC traz a importância da construção coletiva para pautar a emergência climática. A CBMC busca incentivar e potencializar o constante aumento de ambição e comprometimento dos diferentes atores sociais, ressaltando a manutenção dos compromissos assumidos pela NDC brasileira, pela Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC), pelo Acordo de Escazú, entre outros documentos de compromisso nacionais e internacionais. A CBMC procura, através do amplo diálogo, formular estratégias que contribuam de maneira decisiva para o cumprimento dos objetivos climáticos e para uma maior presença dos temas ambientais na agenda empresarial brasileira, suas articulações à Agenda 2030, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e com a incidência em políticas públicas que estimulem e acelerem o processo de adaptação e resiliência brasileira.
Desde sua primeira edição em 2019, sediada no Recife, a CBMC tem se consolidado como um espaço para discussões e ações. A primeira Conferência resultou na Declaração do Recife, que apresentou compromissos para diversos setores da sociedade em relação aos objetivos do Acordo de Paris. A segunda edição, adaptada para o formato virtual, devido à pandemia, abordou as conexões entre aspectos sociais e ambientais e fortaleceu a promoção da agenda ASG. Em 2021, a CBMC foi protagonista nas discussões sobre a descarbonização da economia e promoveu a participação ativa da sociedade brasileira. No ano seguinte, durante o período eleitoral, foram lançadas as "Diretrizes para a Ação e Ambição Climática", que trazem recomendações para os candidatos e candidatas em relação à urgência e emergência climática.
A CBMC também esteve em presente nas Conferências das Partes (COPs) de 2019, 2021 e 2022, tanto em espaços oficiais promovidos pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC), quanto em espaços paralelos como o Brasil Climate Action Hub. Durante a COP27, a CBMC apresentou as Diretrizes para a Ação e Ambição Climática para representantes do governo de transição, pautando a necessidade de compreender a agenda de clima de maneira integrada e transversal entre as diferentes pastas do governo, bem como as intersecções temáticas com a agenda de promoção de direitos humanos e qualidade de vida. Agora, em 2023, a V CBMC busca mostrar como os aprendizados e conhecimentos adquiridos nos últimos anos podem contribuir para a construção de resiliência e para a formulação de práticas responsáveis empresariais e governamentais, ao mesmo tempo, pautando a construção políticas públicas efetivas e factíveis. A CBMC tem como objetivo manter a agenda climática presente nos debates sociais, políticos e empresariais, influenciando decisões positivas, nacional e internacionalmente.
O contexto de 2023 é inovador devido a sinalização do Governo Federal sobre a centralidade da agenda climática. A retomada da posição brasileira de seu papel como protagonista na promoção e endereçamento da agenda a nível internacional, como expresso durante a COP27, resulta em um cascateamento desse posicionamento para os diversos atores da sociedade. Indica as prioridades estratégicas para a condução das negociações comerciais, dos indicadores de avaliação de desempenho do setor privado, bem como a marca a retomada do alinhamento com a ciência e com a academia. Assim, a CBMC se coloca como um movimento de conexão, promoção de boas práticas, construção de conhecimento e diálogo, buscando ações efetivas no combate à crise climática.
Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo.
(...) Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis.